CONFLITO

É agora que o poema sangra e corta a mão do poeta. E ele? espera e espera e espera. O poema corta, cuidadosamente, mão, olho e coração. O poeta espera, não diz que sim nem que não. O poeta apenas espera. O poema corta pulsos e emoção. O poeta, inerte, nem sim nem não. O poema avança e corta mais e mais e mais. O poeta espera. O poema corta. O poeta espera. O poema avança. O poeta espera. O poema corta faca navalha objeto que seja e esteja afiado. O poeta espera e... no momento oportuno, quebra a faca e a navalha ou objeto que o valha, guarda o papel no bolso e atravessa a rua.

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 19/05/2014
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