Sou teu ó Musa

Cante em mim, ó Musa... introduz Homero sua Odisseia ao mundo...

e tu Musa, que nos descabela o crânio... que nos atavia em memórias remotas, esquecidas de todos mas que insistem em nos atormentar... o poeta teu que somos... que nos engendra em pensamentos épicos e colossais por terem tua bela face como tema... Musa amada e inspiradora que nos traga a seiva da vida minha... que nos faz... catatônicos às vezes... parecemos dementes... às vezes... isso por que nos tira tu a razão nossa... pensar resume-se a te ter na cabeça... que sina é essa do poeta que mesmo não podendo ter a ti... perde-se o juízo por ti... talvez perde-se o juízo poeta por não tê-la... catatônico...

Não te ter... poeta... catatônico ser... psicoses das neuras... essas neuras que nos acalenta e acaricia o sentimento por ti ó Musa... pois não existes tu perto de nós... perto de mim... para mim... essas neuras criam momentos nossos, situações em que estás para mim... em mim... realidade virtual criada pelo cérebro para amenizar a loucura do poeta que somos... e como drogados ficamos como viciados em ti...

Não nos desvencilhamos de ti... não por que sejas mais forte que nós... não por que sejas tu de uma forma aterradoramente viciante... mas sim e com prazer quase que masoquista... porque te fizemos Musa nossa... Musa és por que existo como poeta e deixar de ser poeta... deixar de tê-la como Musa seria como mata-la... seria como morrer... não vivo sem você e nisto sei que há reciprocidade... o meu viver ó Musa... o teu viver... somos um do outro... sou para ti e és para mim...

José Wilker da Silva
Enviado por José Wilker da Silva em 19/05/2014
Código do texto: T4812274
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.