Jilós e limões

Quando as manhãs são insípidas e escorrem para as tardes como os momentos que não findam, comparo-me aos escuros e sujos rios a correrem tristemente buscando o oxigênio abandonado em sua fonte.

Nunca procurei o amargo, mas admirava imensamente quem o suportava se deliciando em pratos de jilós e neles quis exercitar as relacões dos tempos eternos.

Queria chupar limões sem fazer caretas, e assim descobri que, às vezes, é preciso salgar, ao invés de adoçar, para suavizar a vida.

Mas o meu problema real não eram jilós nem limões...

O grande dilema era saber dosar os doces e as manhãs ensolaradas...

Saborear delicadamente, demoradamente...

sem buscar o fastio nem o eterno.

Lisandra Pingo (Lilly Pingo)
Enviado por Lisandra Pingo (Lilly Pingo) em 21/05/2014
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