Como as esmeraldas de Minas Gerais...

Uma inexplicável força estranha costumava entrar pela janela semi-aberta, balançava cortinas, dissipava silêncios, soprava-lhes algo aos ouvidos...

Agitava tecidos que se misturavam revelando intimidades de quem não conheciam, ou, mal sabíamos existir...

Enquanto isso, tentavam, em vão, compreender a contínua serenidade do rio, que, por debaixo da ponte,

parecia ignorar faluas, remos e caiaques,

o pôr do sol e o rush do tabuleiro superior.

E lá ia o Douro, (mar adentro, supomos...) leve como um cair de tarde em Ipanema,

verde como as esmeraldas de Minas Gerais e as garrafas de todas as caves do Porto,

obstinado e sábio,

incansável e inquieto

como o vento que fazia tremular os multicoloridos varais da Ribeira...

Cidade do Porto – Portugal – de 24 de abril a 22 de maio de 2005.

Janela lateral superior - Largo Actor Dias.

Texto de Zizifraga.

Maio de 2014

Zizifraga
Enviado por Zizifraga em 23/05/2014
Reeditado em 21/11/2017
Código do texto: T4817450
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