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Para mim o Natal sempre foi uma data muito especial. Todas as minhas lembranças são bonitas.
Ganhávamos os presentes, brincávamos com eles durante alguns meses, depois desapareciam.
No Natal seguinte voltávamos a ganhá-los reformados. Minhas bonecas ganhavam vestidos novos e eu ficava feliz em revê-las. Ganhava roupas novas para usar no dia do Natal e com elas gostava de ir a missa aos domingos. Sempre ganhava, junto com os brinquedos do ano anterior. alguma coisa nova que desejava. O que mais marcou foi o ano em que ganhei a bicicleta de três rodas - velocípede...
A expectativa da espera era muito gostosa. Meus pais todos os anos pintavam a casa e faziam nela, algumas melhoras. A mãe trocava as cortinas, comprava roupas de cama. Chegava um eletrodoméstico desejado por ela, o LP novo do Roberto Carlos, e todos ficavam muito felizes.
Eu acreditava em cegonhas (até os onze anos de idade) e em papai Noel.
Um certo Natal meu pai estava atrasado, acho que havia ficado trabalhando longas horas para pagar os nossos brinquedos. Quando ele chegou em casa, minha mãe lhe disse que estávamos de banho tomado e ansiosos esperando pelo Papai Noel para podermos ganhar e brincarmos com os nossos presentes.
Depois que o meu pai chegou ele foi tomar banho, e eu impacientemente fui apressá-lo. Empurrei a porta do quarto e o vi vestindo a roupa do papai Noel. Fiquei, chocada. Sai de lá chorando e fui perguntar para a mãe, o porquê ele estava se vestindo de Papai Noel? A mãe me explicou que aquele ano o papai Noel estava muito ocupado e pediu ao meu pai para ajudá-lo. Eu me lembro que chorei ainda mais. Fiquei muito zangada com o papai Noel. Justo ao meu pai que ele tinha que pedir ajuda. Iria visitar as outras crianças e o nosso pai iria representá-lo para nós? Que coisa mais sem graça...
Aquela situação não saiu da minha mente. E a mãe percebendo me explicou que papai Noel era somente um símbolo... Que o nosso pai, trabalhava para comprar os nossos brinquedos chegarem as nossas mãos e que na realidade o papai Noel somente ganhava o crédito. E que era uma tradição acrediar no bom velhinho...
Por opção eu decidi continuar acreditando no papai Noel mesmo depois daquele fatidico Natal. Na época a mãe havia pedido para que eu não falasse para as outras crianças para não lhes tirar a ilusão. Talvez para me ajudar a manter em segredo, eu tenha preferido continuar acreditando no bondoso velhinho...
As comidas eram todas diferentes das que costumávamos comer normalmente. Parecia um banquete. Tudo tão lindo e saboroso... mesmo eu não gostando de comê-las. Lembro que catava as passas do arroz e não gostava muito do gosto adocicado que ficava nele. Mesmo assim comia sem reclamar pelo sabor de Natal que se espalhava pela comida.
Até hoje eu gosto do Natal. Gosto dos encontros em família, das conversas repetidas lembrando como havia sido bom o Natal do ano anterior. As caras de surpresa das pessoas abrindo seus desejados ou indesejados presentes. Os quilos extras que se ganha comendo todas as calorias recusadas durante o ano inteiro. As trocas de informações da vida financeira e profissional dos presentes. As conversas sobre as dores sentidas das tias mais idosas, o sucesso dos filhos nas Universidades..
Aquela conversa 'tão necessária', que mantém a família se sentindo fazer parte...
E também da sensação de que foi bom o encontro quando todos se despedem, somando a um certo cansaço extra nos ouvidos, na mente e no físico...
Eu me despeço de todos e do Natal pensando... Como é gostoso o Natal. Como eu gosto dessa data.
Por ser somente dois dias de celebração: comemoramos o dia 24 e o 25, Apesar de uma breve comemoração eu começo a me envolver com os preparativos para a "grande" festa nos meados de novembro.
Ah, como adoro tudo isso!
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 27/05/2014
Reeditado em 17/11/2019
Código do texto: T4822278
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