Prosa do pós-cinquenta

Um dia, há um pouco mais de meio século,

Alguém me presenteou com o dom da vida,

por empréstimo, é claro,

uma vez que ela terá que ser devolvida,

só não sei se lhe dei a atenção devida.

Essa fantástica dádiva, que nos mantém eretos,

comandada por um cérebro, com seus neurônios,

anônimos pseudônimos, tanto capaz de construir,

criar, assim como também de destruir, reinventar,

para o bem, assim como também para o mal.

E o coração, cercado por orgãos bons,

numa perfeita combinação, sincronismo,

onde não é preciso mandar, somente acreditar,

que essa máquina exige cuidados,

mas cuidado e lembre-se sempre,

que essa vida terá que ser devolvida,

em melhores condições, pois senão não terá havido evolução.

Uma casa bem cuidada, que com certeza será novamente habitada,

com as contas pagas, água encanada e energia ligada.

Parece difícil, mas o que é fácil nessa vida?