UM SER METAFÍSICO
 
Sou talvez a visão que alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo prá me ver
E que nunca na vida me encontrou
(Florbela Espanca)
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Ah, se me fosse possível reduzir
toda a existência do meu pensamento
e de forma subliminar deixasse de atuar em mim
estímulos suficientes para que eu
não tomasse consciência do concreto
que me exaspera,
dando lugar ao abstrato
onde a representação figurativa
não transcende as aparências
exteriores da realidade.
Quero fugir dessa realidade.
Quero fugir de mim mesma.
Porque já não sei mais quem sou;
se sou real,
se existo.
Transcendo.
E me torno dificil de compreender
e sem ser filosoficamente profunda,
cabe-me tão somente a
adjetivação de um ser METAFÍSICO.



 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 10/07/2014
Reeditado em 10/07/2014
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