Escombros do Amor

Reduzindo misturas em cascata

Invólucro prata da pele invernada

Mundo, ressarcido mundo

Em vez de cinzas, nuanças mil

De cores densas através do pouco

Colmo da saudade oca e ausente.

Ofensas tais, paralelas, peridurais

Não entrais em pânico!

Seres são dentes manchados de sangue

Carnes sinérgicas, distantes falanges

E o que está por vir, há só no porvir

Nem toda ferida estuporada é sair.

Embebendo méis no cantil do amor

Migalhas enlouquecidas e arsênicas

Minha mocidade a jazer no catre

Em torno dum peito bípede

Estrelas dormentes, fósseis entes

Memórias enxutas, perpétuos escombros.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 15/05/2007
Código do texto: T488012
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