Cálice
Bebo dos teus lábios o mesmo vinho
Mata-me a sede da sabedoria
Congratulo-me
Orgulho-me
De pertenceres ao mesmo campo de guerra que eu
Lutamos pela mesma causa em pavimentos desconhecidos...
Adormeço contigo todas as madrugadas
Separada pela distância
Mas caída do teu lado
Com a alma entrelaçada na tua...
Bebemos dos mesmos lábios
Mesmo sem nunca nos beijarmos
Sem nunca os termos vistos....
Ficas aqui
Passando as mãos nos meus cabelos
Olhando-me nos olhos
Perdendo-te em mim...
Entrego-me a ti com o pecado da devoção
Com a natureza das coisas
Paixão carnal sem carne
Amor espiritual apesar do oceano que se encontra entre os nossos corpos...
Neste campo de guerra
Neste mundo que nos embala
Com a serenidade de outrora
Aquela em que me escreveste pela primeira vez....
Entrega Total....
Embebidos pelo mesmo copo
Pelo mesmo vinho
Cálice de amor platónico!