Cálice

Bebo dos teus lábios o mesmo vinho

Mata-me a sede da sabedoria

Congratulo-me

Orgulho-me

De pertenceres ao mesmo campo de guerra que eu

Lutamos pela mesma causa em pavimentos desconhecidos...

Adormeço contigo todas as madrugadas

Separada pela distância

Mas caída do teu lado

Com a alma entrelaçada na tua...

Bebemos dos mesmos lábios

Mesmo sem nunca nos beijarmos

Sem nunca os termos vistos....

Ficas aqui

Passando as mãos nos meus cabelos

Olhando-me nos olhos

Perdendo-te em mim...

Entrego-me a ti com o pecado da devoção

Com a natureza das coisas

Paixão carnal sem carne

Amor espiritual apesar do oceano que se encontra entre os nossos corpos...

Neste campo de guerra

Neste mundo que nos embala

Com a serenidade de outrora

Aquela em que me escreveste pela primeira vez....

Entrega Total....

Embebidos pelo mesmo copo

Pelo mesmo vinho

Cálice de amor platónico!

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 09/09/2005
Código do texto: T48940