A queda

Quando leio suas palavras me sinto a beira de um abismo.

Aquele vento gelado cortante do pico da montanha não mais lá está, e sim, está dentro de minha barriga. O frio na barriga é constante. É a mistura de prazer, aventura, medo e pavor.

Ouço você e olho aquele abismo imenso que com um único passo poderia cair... Ou voar. Tão grande, tão longe, tão ... Distante. E é toda essa distância, toda essa incerteza é gera esse medo de me jogar e ao mesmo tempo instiga a minha vontade.

Falta coragem, falta um empurrão... Eu não sei. Sei que o abismo todo é você! E não pense que isso é algo ruim, não, pelo contrário. É a vontade que tenho de mergulhar na sua profundidade, ir ao desconhecido de sua alma, mesmo o lado mais escuro, mas quero mergulhar em você! Quero me jogar do alto de toda minha insegurança e mesmo de olhos fechados me deixar cair... Cair... Cair... Literalmente em seus braços.

E quando cair quero que me levante, me dê as mãos. Quero que elas se unam as minhas e os dedos se entrelacem e que se tornem únicas. E não espero o certo ou ou errado. Espero que tenhamos esses dois lados, que sejamos completamente imperfeitos nessa perfeita união.

Quedas não são derrotas, elas servem para nos levantar. Mas se um dia a derrota chegar, gostaria que você ficasse e arriscasse a derrota ao meu lado. A minha, a sua, as nossas derrotas. E que nelas você segurasse em minhas mãos quando estas forem estendidas e confiasse que posso mostrar-lhe o caminho para seguirmos juntos.

Mas para que isso tudo aconteça eu tenho que cair no meu abismo,porém você é meu abismo cheio de esperanças. Eu agora já consigo enxergar toda a beleza em seu interior, sim, eu vejo no que me jogarei, não apenas a paisagem de sua beleza externa mas tudo que está lá no fundo. Só que não sobreviveria a queda, pois quando eu cair em você quero morrer de amores e renascer da profundidade de seu eu,como uma Fenix, todos os dias para poder ter a oportunidade de ficar a beira de você, meu abismo, e mergulhar novamente e novamente em você.