OLHAR-TE
Grande ilusão, imensa ousadia
Um humilde servo da vida
Compreender o olhar,
Enxergar as palavras
Que não podem ser ditas,
Ou não querem ser vistas.
Eu,
Um pobre trovador
Que já riu e chorou por muitos,
Cada vez os admiro mais,
Cada olhar um sentimento,
Cada olhar, cada olhar...
E de repente surge
Um brilho diferente,
Olhos diferentes,
O próprio rei sol
Curva-se
Ofusca-se
Onde estão meus pensamentos?
Para onde foi minha razão?
Perderam-se
E agora há só essa luz
Me transporta e envolve
Nesse luar prata
Ao dançar lentamente
No desenho de seus olhos
Como escorregar
No céu de mel
E cair sorrindo
No mar cor dos seus.
E nesse instante perceber
Que o astro luz adormecido
Em meu olhar volta a ser
A incandescente estrela íris
Que irradia luz
Tão quanto aquela
Que me foi concebida
E cega, fortalece e apaixona
A cada instante que se cruzam.
O encanto não deixo
Nem quer me deixar
Quero apenas
Olhar-te novamente.