FLOR DESPETALADA PMV
Não me olhe assim
Com esse olhar magoado
Não sabe o pesar que me invade
Ao ver em seus olhos essa mágoa
Causada por minha insensatez
Não deixe que minha amargura
Contagie seu maltratado coração
Tão carente de amor e compreensão
Que em mim demonstra não encontrar...
És como uma flor delicada e bela
Basta um leve sopro do vento
Para machucar suas pétalas aveludadas
E eu o que sou?
Nada mais que esse vento impiedoso
Que rouba suas pétalas e seu perfume
Embora retorne como suave brisa
Pois lamenta ser a causa da extinção
Desse sentimento tão puro e valioso
Portanto minha florzinha sensível
Não procure fazer de mim um mito
Verdadeiramente não mereço um pedestal
Saiba ver em mim apenas um ser humano
Com falhas e defeitos como tal
Não se faça de vítima
Para que não me sinta um algoz
Que impiedosamente decepa a cabeça
De quem mal nenhum lhe causou
Vamos sorrir para a vida
Sem nunca esquecer, porém...
Amanha sempre será um novo dia
Desligue-se então do passado
Desfrute o presente intensamente
Para não lamentar no futuro
O que hoje não soube aproveitar
Mira Maia 19/02/1981
(Adaptado em 02/08/2014)