Sobre nada

—Tudo em paz?

—Tudo em ordem! E aí?

—Tudo em desordem

—Vamos arrumar

Só não podes desanimar

Coloque em ordem tudo que está a perturbar

—Me sinto confortável assim

No caos e desgraça eminente

Combina com a natureza humana

É o que habita em minha mente

—Você está certo em gostar assim

És um ser que parece amar tudo em si .

—Pelo contrário, nada em mim é agradável

Me faço bom pra parecer um pouco mais afável

Um coração odioso também merece ser amado

—Amado ao invés do contrário

Até um otário pode ser relembrado como um ser amável Idolatrado amante da poesia

E sem anestesia te faço encarar essa busca fria

Entre o amável e o odiável .

—A busca findou-se antes de existir

Nasci errante e me manterei assim

Pra mim nada vale a pena

No mundo, nos outros, em mim.

—O mundo é um lugar cruel

Onde ninguém tem ou pode ter um pedaço do céu

Vida imunda e sem sentido

Quem diria que fosse tudo um paraíso?

—Não sei quem o diria

Terra, paraíso? Mentira!

Dentro de cada um só desespero e medo

Vivemos no inferno

O céu é um engano ledo

—Que enredo! Vivemos em um mundo de mentira e desespero

Onde todos têm rótulos e ninguém pode ser perfeito

Que direito diz não? Eu digo sim, foda-se, enfim .

Prosa poética sobre nada. (Interação entre Johnata Macedo e P. Alves)

Entorpecido e P. Alves
Enviado por Entorpecido em 07/08/2014
Código do texto: T4913341
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