No auge
Encontrei com meus velhos vinis novamente...
Há tanto tempo nos encontramos no mesmo lugar.
Estão bem à minha frente, estão inertes, são frios... Agulha fria.
Ligo a vitrola, um chiado começa a ecoar, o som é quente!
Raul Seixas nos ouvidos, minha boca começa a cantarolar...
"No auge do meu egoismo, a quem vou amparar? ... O auge do meu egoismo é só pensar em ajudar?"
Alterei a letra, mente alterada... Mente vazia, tento pensar em nada!
Minha mão se aproxima d' uma caneta branca, tinta azul; um papel branco espera ansioso pela tinta.
Azul; foi então que titubeei! Quando fui escrever "auge", fiquei na dúvida...
Minha caneta escreveu com "g" em azul.
E fiquei fitando aquela palavra... Será?
Afinal, "auge" se escreve com "g" ou "j"? Me indaguei em voz alta!
E o dicionário se abriu me dizendo:
"Com 'g', ora bolas! Não me diga que errou?"
Aliviado, olhando para o papel, confirmei...
Então, meu caro, a caneta acertou!
*Construído ao som de "Carpinteiro do Universo",
Raul Seixas & Marcelo Nova (1989).