vertigem

Depois era só lembrar das laranjeiras na primavera. Era só cheirar os ventos de setembro em outros tempos para os quais fôramos arrastados com pés de longos voos desde a infância. Tontos de dias vividos e nem contados nas distrações de rotinas com agulhas penetrantes, asas suaves, óleos sedosos e ásperas folhagens soba as mãos, agora tudo se estreita num olhar para trás ou para dentro deste sono de estar dormindo em vida há tantos anos, dormindo histórias e sonhando chãos de pisar macio.

Todas essas pequenas coisas que compartilhamos , pegadas e suspiros e palavras, segundos e horas de um pé depois do outro, tudo que fica como rastro e cicatriz e também espanto e lucidez, é o que realmente forja o chão firme que pisamos hoje, sedimentado com amor , lágrimas e paixão.