INTERCEPÇÃO
Quando te reencontrar amanhã, receberás estas singelas minutas,
Que espero, poderão te despertar alegremente em tuas travessias,
O dia será extenso no despacho de chamados que já não escutas,
E para que me ouças, valho-me de minhas inermes poesias,
Encontrar-me-ás num cenário encarquilhado de dias copiosos,
E, nesta travessia, saberás dos horizontes que transponho,
E em meio aos fragmentos de mim, sem oferta de ditos rancorosos,
Acharás partes do EU coerente nas linhas que componho,
Meus olhos estarão procurando pelos teus, acenando para o norte,
Meus sentidos apontarão as batidas aceleradas do meu coração,
Penetrando sem temores o desconhecido da própria sorte,
No destino irresistível escondido anônimo na negra escuridão,
Vou estar aqui desafiando a ausência que está bem perto,
Pois, decerto, nesta certeza, tem que ser exatamente assim,
Na tua ausência perco-me na vastidão de um infinito deserto,
Mas com a confiança que tu estejas sempre rogando por mim,
Meu estado dormente acende um alerta te mostrando quem sou,
Encontrarás-me nos pedidos delicados que a vida linda nos ofertou,
Saberás, por constatada experiência, onde é que nesta hora estou,
“Abraçado na esperança divinal”, onde tudo entre nós começou...