Tão somente Sol de Amor, Moreno!
À luz da vela embaçada na janelatremula teu rosto na palidez dourada
lagrimas de cetim... rios delas
transbordam em prantos orvalhados de saudades
incendeiam a marca do teu corpo em lençóis desfeitos.
Olhar obscuramente brilhante, então, vê:
raio de luz rasgar o infinito
que da minha dor condoído
leva de carona até onde estás
loucuras de um coração apaixonado.
Ais dos querer se espalham pelo negrume
e entre suspiros abafados que fazem sorrir a lua
cora a noite em multifacetados brilhantes de amor.
Mas, ah, malgrado tempo em todo o seu infinito
abre-se diante de mim como um oceano
dá-me conta de que não voltarás.
Das minhas saudades ri-se esse tempo
esquecido de que no oásis de um alvorecer
essa dor doída deixará de ser dor
para ser tão somente sol de amor
Junto a ti, eternamente, hei de estar, moreno!
(*) Imagem: Google