Quero-te...
sem nunca desistir, pois se o fizesse, estaria me recusando nesta hora,
Desejo-te no predomínio restaurado e nas adivinhas do dia seguinte,
Aprecio-te nas lembranças do ontem, com a franqueza do olhar do agora,
Adoro-te assim, sem dúbias reservas ou presunção da falsidade ouvinte,
Cobiço-te qual santa, como sendo a lucidez pacificadora que a alma quer,
Aspiro-te nas horas que contemplo o universo no suspiro do anoitecer,
Preservando tua inocência de menina que acorda na malícia de mulher,
Que alcança o que almeja com a destreza marota posta no bem querer,
Quero-te de um jeito alucinado, completamente insano e sem pudor.
Redenção ardendo na veemência do desejo, sem falsas ou simulações,
Estimo-te, com orgulho, sem vistas na aparência na mistura de cor,
No ajuste da tez, paladares, matizes e distintas tantas combinações,
E nestes quereres diversos, o tempo foi compondo poesia para nós,
E eu vendo-te escultural com a exposição do tempo em tua pele macia,
No plano nivelado de tuas suaves melenas e o penteado que virá após,
No teu requinte, lançado pelo artista que criou o mundo em magia,
Quero-te para ficar observando o escuro de tuas gemas cristalinas,
Deliro no ocaso da razão quando teus lábios me darão o que preciso,
Serei um ébrio sorvendo as palavras que me repassas em linhas finas,
Quero-te mantendo-me como teu escravo arrastando-me ao paraíso...