Interpelação.
Que sonho é este que cruzou tranquilo o azul do céu,
Que, sem vergonha, flameja nos olhos de alguém,
Que assinala as cores variadas que ficam sob o véu,
E que tem o seu próprio sonho assumindo também?
É a descoberta admirada somente pela retina e visão,
Ou os sinais dos destinos que a sensibilidade constitui,
As verdades implantadas na consonância da emoção,
Ou as fantasias dúbias que, sem energia, o vento rui?
Que sonho é este que não se detém em lamentações,
Tampouco se enverga a se deparar com o tempo feio,
Que abomina a violência e as traiçoeiras pregações,
E no instaurar uma iniciativa não a deixa pelo meio?
Talvez seja a descoberta da nova manhã ensolarada,
Ou o afago gratuito largado no segmento do caminho,
Os brados de conquistas por uma dádiva alcançada,
A elucidação das palavras que ponderam de carinho,
Esta fantasia é o cumprimento frequente da utopia,
O achado do mistério que contrasta o desconhecido,
O festejo dos sucessos ostentados em cada novo dia,
A ofensiva proclamada no reconhecimento merecido...