Era uma Vez um Galo que não Sabia Cantar

O que é de ser não é de aparecer, apenas de sentir. E quando tudo aflora, e se, não se esgota o sentir. Assim a jornada é do peregrino e do caminho. O movimento que encurta a jornada é o prazer mesmo que seja descaminho. O cantante, ainda que assado, já cantou belo e sereno tantas vezes, só para mim. E a cada vez eu vi e senti o poder da sua natureza. E há orquestra neste cantar, é alma que entoa, o divino que me toca e o mistério que me motiva, sem nunca querer saber o que do outro lado está. A reedição dos pecados é virtual, sensorial e perene. É justo o pecado que nos leva e traz a graça. Os ritos são reais, antigos e graciosamente no tempo renovados. É preciso para que haja sempre graça. Ave! Ó Galo da luz que me alimenta e seduz, às parcelas, na incerteza de cada dia. Ainda bem as certezas são monótonas e estéreis. Quero antes o ser viril e quente no aconchego do meu afeto, seguro de si, sem porém nem talvez, acreditando que existe uma chegada, mas esta não seria o final e sim mais recomeço. In: Era uma vez um galo que não sabia cantar. Prosa de ibernise.
Barcelos (Portugal), 05JUL2014
Ibernise
Enviado por Ibernise em 04/09/2014
Código do texto: T4948787
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