Historieta.
Pedaços de papeis jogados pelo chão,
Entendimentos posicionados na janela,
A vidraça entreaberta mostra a solidão,
Que se ergue sombria na saudade dela,
Ao lado da cama macia um chinelo atirado,
Um tapete colorido que não tenho apego,
O chapéu num cabideiro dependurado,
Em cima do tálamo o cobertor de pelego,
Pela fresta da porta vejo o inverno passar,
Entretanto, o frio não me causa desesperação,
Vou espionando a vida nesta hora de deitar,
Nesta confiança que tempos melhores virão,
Essas coisas vão e voltam no novo compasso,
Num romântico pretexto trazido à memória,
Reprimido numa arca deixei o meu cansaço,
Esperando silencioso o meu dia de glória,
Abrolha a visão florida nos brotos marejados,
Estranhezas decifradas na busca da valorização,
Dentre em breve os olhos estarão fechados,
Se abrindo na nova manhã de consagração...