Historieta.

Pedaços de papeis jogados pelo chão,

Entendimentos posicionados na janela,

A vidraça entreaberta mostra a solidão,

Que se ergue sombria na saudade dela,

Ao lado da cama macia um chinelo atirado,

Um tapete colorido que não tenho apego,

O chapéu num cabideiro dependurado,

Em cima do tálamo o cobertor de pelego,

Pela fresta da porta vejo o inverno passar,

Entretanto, o frio não me causa desesperação,

Vou espionando a vida nesta hora de deitar,

Nesta confiança que tempos melhores virão,

Essas coisas vão e voltam no novo compasso,

Num romântico pretexto trazido à memória,

Reprimido numa arca deixei o meu cansaço,

Esperando silencioso o meu dia de glória,

Abrolha a visão florida nos brotos marejados,

Estranhezas decifradas na busca da valorização,

Dentre em breve os olhos estarão fechados,

Se abrindo na nova manhã de consagração...

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 05/09/2014
Código do texto: T4951110
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