Dia Vindouro.
Se no amanhã um alguém perguntar por mim,
Ou aspirar saber as direções do meu destino,
Vai descobrir que saí numa passagem sem fim,
Buscando os meus rumos na concepção de menino,
Se esta procura significar uma difusa interrogação,
Espreitando o que em outro título ficou eternizado,
Encontrar-me-á na total certeza dada pela emoção,
No romance que em meu caderno deixei registrado,
Se amanhã, mesmo vasculhando, ninguém me encontrar,
Será um claro sinal que a matéria está desapercebida,
Mas, na constituição dos elementos certamente vou estar,
Recompondo-me nas regras previamente dadas pela vida,
Então, sem medo, eu deixarei que me achem no futuro,
Que no dia seguinte, constituirá o presente de agora,
Vou expor-me na integridade de um assunto seguro,
Retrocedendo do passado que marca os feitos de outrora,
Daí então, qualquer pessoa saberá onde realmente estou,
Em que época adsorvi, fixei-me com meus apontamentos,
Com que intensidade eu vivencio o que genuinamente sou,
E qual o tamanho real da pureza dos meus sentimentos...