Poeta epoesia
Os mortos se levantam para recitarem poemas.
Onde estão os poetas?
Por que se calam entre os mortos?
A flor que suspira traição,
Está em frente a mim,
entre outras faces que riem do que é belo.
Na sua poesia, o poeta se perde,
deixando a sua vida junto,
e folhas caídas mostram o reflexo.
Os lobos fazem a colheita,
de pétalas secas e fúnebres.
Escondem a vida serenas,
de olhos fechados vive o Rei,
que no meio fica como espantalho,
para espantar todo o mal.
Flores que cantam vagos hinos,
para toda a alma penada,
mostrando o caminho para o inferno.
Canções de morte, as flores rejeitadas protestam,
reivindicam suas vidas, tomadas pelo anjo caído.
O anjo que anda com o cajado maligno,
está a decidir o que fazer com as cores.
Pela sombra anda, em direção ao Rei,
que insiste em espantar todo mal,
mas não percebe que sua alma é o próprio Lúcifer.
Da memória do poeta,
resta apenas a dor,
em pó se transformou todo o seu verso.
Agora, vive só,
embaixo da figueira.