Fragmentos (8a.)/Memoriais de Zocha

reedição de 25/02/2010

Zocha estanca a página:..quando sangra a alma é preciso recolher-se ao próprio deserto, guardar-se bem longe no mar do próprio sertão como dizia alguém, respirar da floresta, da quentura do sal da terra,

aguardar do aguadeiro das horas as cinzas da resina têmpera, sorver do gole amargo do leite fel

a pústula do açúcar da arrebentação, da agonia de se renascer escuridão, clarão em mutação de novo grão de cada dia com sua língua de verbos e colméias,é preciso colocar folha de bananeira com óleo

quente sobre a inchação e o veneno, fazer um escalda-pés de ervas cheiros sobre as pedras feridas lavas...quando a alma sangra fecham-se as portas/e pelas janelas só o olor /dor espargem das cinzas as verdades dela...

(excerto do Inventário da Metáfora / fls.11/A)/Memoriais de Zocha)