Goles de Fúria (Mortes Torrenciais)

Heróis enlatados, mágicas em plágio

Bordéis ambulantes escorrendo pelo queixo

Anjo disfarçado, tempero soez de páprica... doce de fígado;

Humildade além das vistas, queijo embolorado

Narcisismo brotado da ácera via, perlongada e fria

Azeda mais que a lua em estro, nublada.

Poço de chorume a dinamitar serenidade, madrinha das verdades

Terapias curando gente das modernas e austeras hipocrisias

Um banho de esmero; tudo reluz!

Brindemos aos poucos calos nas mãos, à banda pútrida

Àqueles neurônios que engoliram agogôs das ingênuas levadas;

Ratos a ciladear, gancho de empilhadeiras.

Cegos ou rotos, lesos e pulverulentos

São teus filhos que devoram teus laços

Fazem-no perante a lua dormideira

Sonham esquifes de bronze e ozônio

Navegam em mares demarcados, sóbrios demais

São espermatozóides com caudas, anjos em calda

Secretam feitiços esnobes em passos, marejam.

Ao rés dos dias

Escarninho sorverá glicose

Destemperos vitais aos nossos prazeres inundar-se-ão;

Haverá corrimento da nascente à cisterna, por nosso quintal

Sobre o lombo do cavalo de misérias, a enxerca anunciada

A praça pública e nua por uma platéia mortificada;

Assistiremos lamas risonhas montar acampamento sob nossas latrinas

E os nossos ossos gemerão amarelecidos

Lá se foram os astros!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 22/05/2007
Código do texto: T496438
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