Fragmentos 33v/Memoriais de Zocha

...finalmente aquele imenso zepelim iria voar sobre a cidade inteira, colorido...levaria todos os sonhos, os do polaco Elias, de dona Irene a batista, do seu Ercílio o guardião do Grupo Zacarias, e toda a multidão da rua Atílio nunca teria visto um igual...ei-lo na sala, esticado...descansando...indo e vindo, lambendo e deslambendo Zocha cismava a inquietude da menina, já havia caído da escada e quebrado o nariz, havia quase cuspido na cara do enfermeiro com aquela injeção à revelia, ficara de plantão ao pé da escada ameaçando Clotilde a língua de trapo com o pequeno tamanco, ...como dizer-lhe que... menina...mas, uma tempestade vazou pela cumeeira e espantou os pássaros, os morcegos, chão molhado... não havia maior martírio senão não vê-lo subir, levantar voo, alcançar além do telhado e do sótão onde dormia Clotilde...e assim levantou o grande balão colorido pelo corredor, o longo corredor dos condenados, ele pesou sobre a ingenuidade e desceu no chão molhado, ave morta antes de subir...

Excerto/Inventário da Metáfora/Memoriais de Zocha