Cidades
Entre casas vazias de paredes cinza,
contaminadas com o lodo do ódio,
possuindo toda sua estrutura.
De nada se faz, simplesmente morre.
Curvas tortas entre as casas,
calçadas vazias.
Mendigos habitam debaixo de tetos falsos,
procurando o que na vida nunca encontraram.
Salve o mundo do arranha céu,
por que pode abrir uma ferida,
libertando o mal cósmico.
Árvores que correm pelas ruas,
desesperadas, inconscientes, mortas;
vagueiam em direção ao nada.
Somente correm.
Viva ao presidente do asfalto,
celebrada seja a sua ascensão ao trono;
viva é a lembrança dos casebres,
mutilada pela sua indústria.
Que a revolução seja feita.
Reúnam-se no esgoto,
por que é um dos poucos lugares seguros.
Cidade assombrada, cidade maldita,
com seus forasteiros incrédulos,
consomem toda a vida da pequena cidade
que outrora nunca teve culpa.
Sua humildade era única,
invadida por Hercules modernos.
Reduzida a nada,
como fizeram com tantas outras;
mas ninguém nunca reclamou
do que se via, do que sentia;
Somente choravam.