Cidades

Entre casas vazias de paredes cinza,

contaminadas com o lodo do ódio,

possuindo toda sua estrutura.

De nada se faz, simplesmente morre.

Curvas tortas entre as casas,

calçadas vazias.

Mendigos habitam debaixo de tetos falsos,

procurando o que na vida nunca encontraram.

Salve o mundo do arranha céu,

por que pode abrir uma ferida,

libertando o mal cósmico.

Árvores que correm pelas ruas,

desesperadas, inconscientes, mortas;

vagueiam em direção ao nada.

Somente correm.

Viva ao presidente do asfalto,

celebrada seja a sua ascensão ao trono;

viva é a lembrança dos casebres,

mutilada pela sua indústria.

Que a revolução seja feita.

Reúnam-se no esgoto,

por que é um dos poucos lugares seguros.

Cidade assombrada, cidade maldita,

com seus forasteiros incrédulos,

consomem toda a vida da pequena cidade

que outrora nunca teve culpa.

Sua humildade era única,

invadida por Hercules modernos.

Reduzida a nada,

como fizeram com tantas outras;

mas ninguém nunca reclamou

do que se via, do que sentia;

Somente choravam.

Dionísio
Enviado por Dionísio em 22/05/2007
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