ESTA DOR

Ah como dói esta dor calada! Como me dilacera os sentidos! Esta dor acompanha meu corpo e tira meu espaço... é feita de sofrimentos e cansaços... e tolhe meus sonhos e meus passos e me maltrata com rejeições e incompreensões... e vive aprisionada num castelo de torres e masmorras, sem ameias nem frestas só grades... algemas... grilhões.

Esta dor é negra, vazia e profunda... mora num poço sem água... sem ar... sem fundo...

Há na minha dor uma terrível ausência de abraços... só passos vacilantes... armadilhas e cansaços...

A dor e o sofrimento habitam em conventos fechados... sem luz... sem calor... só claustros abissais e gelados...

Esta dor se confunde com o cântico negro de tempestades atrozes, acompanha o voo dilacerante de albatrozes quando tentam alcançar sua presa.

Esta dor é uma sombra envolta num lençol de amarguras... sombra da minha sombra, que me acompanha através das teias do tempo... uma mordaça que aprisiona qualquer sentimento.

Esta dor é um lamento irônico que se desprende do silêncio de todas as lágrimas... um vasto caudal de lágrimas amargas, derramadas nas pedras do caminho repleto de espinhos e mágoas...

Esta dor me deixa louca... me rasga inteira pela angústia das noites vazias... pela incerteza da escuridão dos dias... pela agonia dos sonhos desfeitos e a ingratidão dos desencantos...

Esta dor vai agonizando pelas madrugadas, com o bater das horas do tempo que passa... corroendo as entranhas da vida que se vai esgotando e arrancando vários pedaços que ainda restam de mim...

By@ Anna D’Castro

Anna DCastro
Enviado por Anna DCastro em 28/09/2014
Código do texto: T4979480
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