Exultações emblemáticas.

Quando desperto, vou colhendo as palavras soltas ao vento,

E as disponho nos princípios simples de como as quero compor,

As deposito com cuidado nas desenvolturas do sentimento,

E em silêncio, as restabeleço nas fórmulas pueris do amor,

Os vocábulos esvoaçam em nuvens brancas e cristalizadas,

Se compõem nas representações das imagens que se cultivam,

Às vezes também estão escondidos em certas citações veladas,

Criando outras expressões e princípios que igualmente cativam,

Aproximam-se sem referências e a alma ingênua os desvenda,

Abrolham dos enfoques delirantes onde que a essência opera.

Representações da ternura nos termos que não estão à venda,

Elucubram nos pretextos afortunados da ocorrência sincera,

As arrumo para depois, com carinho, assentá-las em gavetas,

Antes, entretanto, deixo-as a disposição curiosa dos olhares,

Imagino os formosos sorrisos que as recebem em mil facetas,

Fulgurando diante os artifícios dispostos a tais contemplares,

Então, volto ao sossego desfrutando as palavras cheias de graça,

Toco o meu rosto na própria resposta da expressão que acaricia,

Monto minha história na expectativa do tempo que ligeiro passa.

E deixo as letrinhas deslizarem no impresso em forma de poesia...

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 30/09/2014
Código do texto: T4982578
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