Exultações emblemáticas.
Quando desperto, vou colhendo as palavras soltas ao vento,
E as disponho nos princípios simples de como as quero compor,
As deposito com cuidado nas desenvolturas do sentimento,
E em silêncio, as restabeleço nas fórmulas pueris do amor,
Os vocábulos esvoaçam em nuvens brancas e cristalizadas,
Se compõem nas representações das imagens que se cultivam,
Às vezes também estão escondidos em certas citações veladas,
Criando outras expressões e princípios que igualmente cativam,
Aproximam-se sem referências e a alma ingênua os desvenda,
Abrolham dos enfoques delirantes onde que a essência opera.
Representações da ternura nos termos que não estão à venda,
Elucubram nos pretextos afortunados da ocorrência sincera,
As arrumo para depois, com carinho, assentá-las em gavetas,
Antes, entretanto, deixo-as a disposição curiosa dos olhares,
Imagino os formosos sorrisos que as recebem em mil facetas,
Fulgurando diante os artifícios dispostos a tais contemplares,
Então, volto ao sossego desfrutando as palavras cheias de graça,
Toco o meu rosto na própria resposta da expressão que acaricia,
Monto minha história na expectativa do tempo que ligeiro passa.
E deixo as letrinhas deslizarem no impresso em forma de poesia...