CONFISSÕES...

Dentro de minhas lembranças,
entre os retalhos guardados no porão,
alguns pedaços negros, marrons, cinzas
escondem-se em meio aos coloridos...
Revirando minhas lembranças
percebo que os anos
me marcaram profundamente,
como essas marcas
feitas nos dorsos dos animais...
mas, ao contrário deles,
não silenciei em minha dor...
gritei, chorei... Lutei...
mas, esqueci algumas lições,
muitas vezes sinto raiva
por ainda sentir raiva,
condeno-me, por mesmo assim
não saber condenar,
e me odeio por não ter aprendido a odiar!
Alimentei algumas cobras...
e elas morderam minhas mãos!
Quem sabe eu não seria mais inteira
se tivesse me permitido arrancar alguns pedaços
daqueles que teimei em perdoar...!?
Apunhalaram-me
e depois dormiram tranquilamente
enquanto em mim o sangue escorria...
Mas sou assim: sentimento... emoção!!!
Apesar de muitas vezes ter andado por atalhos
nunca desisti de caminhar
em direção aos meus sonhos...
Se às vezes me sinto cansada
e deixo que as lágrimas
salguem o meu rosto, logo volto a sorrir
e abro as janelas de meu coração (porão)
deixando entrar a luz que vai aquecê-lo...
Pois, apesar de tudo e de todos,
nunca desisterei de amar e ser feliz!!!!
 
 
Da Série Mulher Madura?

 
Texto datado de abril de 2007, Não consegui localizá-lo dentre os publicados. 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 02/10/2014
Reeditado em 29/03/2019
Código do texto: T4985128
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