Está escrito em nós...

Não muito tarde e nem muito cedo, no ponto exato onde se tocam as vontades deu-se o encontro da sua com a minha verdade. Por ironia ou acaso ambos de asas abertas para o mundo, almas e essências com cheiro de liberdade.

Onde moro eu nesse pedaço do seu céu? No mesmo espaço que toma do meu, com a mesma exatidão que me coloca nos seus vôos; apresentada às regalias das suas fronteiras, em nada previsíveis.

Nos bastamos longe dos olhares e bocas, nos bastamos a despeito de toda a falência que consta nas longas e lautas falas, pois que protegidos no mundo que só a nós pertence guardamos na boca a mesma docura, repartimos entre nós o sabor indescritível do que só prova quem sabe se dar sem pressa e sem cobrança, isento que somos da vaidade e da necessidade do púlpito, que levam os hipócritas a pregarem suas falsas coerências.

Frente a frente nem só de castelos e fantasias palpitam nossas falas, há um traço profundo de afinidade que nos assemelha em minúcias, e nos guardamos em primícias um para o outro, fiéis que somos às nossas verdades.

Não há acasos, não há previsões, nem pode haver pré conceito, tudo que sabemos e sentimos é previamente sabido, porque está na nossa marca pelo universo, não porque foi escrito antes por outrem. Somos guia de nós mesmos e temos um registro, um conteúdo impresso na nossa aura, transbordando pela nossa alma, que nos aproxima e faz com que se misturem nossas essências...

Somos o ponto certo da ebulição constante das nossas essências, onde os cheiros se casam e um novo perfume se espalha pelo ar...somos nós mesmos, assumidamente nús diante da eternidade dos nossos seres mortais para o mundo...imortais diante da sabedoria de quem nos fez e nos adornou um no outro...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 12/09/2005
Código do texto: T49896
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