Sangrando...

Há pessoas que passam por nossa vida feito um furacão. Elas chegam inesperadamente e, inesperadamente, também, vão embora.

Mas, no curto espaço de tempo em que fazem parte da nossa história, conseguem tirar tudo do lugar, deixar de pernas para o ar tudo aquilo que acreditávamos estar bem solidificado em nosso interior.

Há pessoas que chegam sem avisar e, também, sem avisar vão embora e, nesse curto intervalo de tempo, fazem coisas em nossas vidas que nos mudam para sempre. É impossível voltar a ser a mesma pessoa que fomos. É impossível retomar a vida do ponto em que fomos surpreendidos pelas suas presenças. É impossível continuar caminhando pelos mesmos caminhos em que caminhávamos antes. É impossível ignorar o capítulo que foi escrito, por suas breves presenças, no livro da nossa história.

E, tudo isso, escapa ao nosso controle. Não nos é possível assumir o comando de nossas emoções, dos nossos pensamentos, dos nossos sonhos. Tudo foge à nossa razão, à nossa compreensão, à nossa lucidez.

Há pessoas que nos desarmam, nos deixam sem defesas, nos colocam fora de combate. E, quando percebem que estamos rendidos, simplesmente saem porta afora, levando com elas um pedaço de nós. E, em seu lugar, fica uma fissura sangrando, uma ferida aberta que demora muito para cicatrizar, quando cicatriza, porque, na maioria das vezes, a dor impede uma cicatrização completa.

Socorro! Estou sangrando! Nada do que foi faz sentido, mas, a vida o que é além de uma sucessão de falta de sentido?