Em busca do amor ou a procura de tardar o suicídio

Gostei dessa coisa de reencarnar o poeta maldito, o obscuro, o ser sem luz, a vida não faz sentido nenhum, não é? Você faz mil coisas, acha a porra de uma esteira para entrar em forma, estuda coisas inúteis, acorda para um trabalho que odeia, e bebe num happy hour com conversas mesquinhas, só esperando, esperando o que mesmo? Um aumento de salário, uma trepada que mau consegue gozar e foge na hora do café da manhã, e mais horas e horas, e minutos a menos para correr atrás. Você é só um fudido, e não é especial, e sua vida simplesmente não tem sentido nenhum, as pessoas só vão para o seu funeral como desculpa para faltar no trampo. E eu aqui, tentando falar de amor e com a presunção, sendo um merda como você meu caro leitor, de citar a mim mesmo num momento de paixão, de tentar incendiar-me e criar um deus nesse momento onde o olimpo, o céu e o inferno simplesmente desapareceram. Lembro quando a vida não era assim, na verdade mal consigo lembrar, na verdade lembrar sobre isso me faz querer acordar amanhã, e só queria mais uma desculpa para poder acabar com tudo, mas foda-se, vamos lembrar e levar mais um dia tentando não acabar comigo mesmo. E isso, é apenas estrume desse presente. Enfim, parando de enrolar, no momento áureo da minha vida, que o tempo não volta mais e blá blá blá, escrevi

"Existia tanta tristeza e tantos mortos entalados, que um a um me olham e se despedem, porém tenho apego a cada um deles que se vão, essa má parte de mim que me completou por tanto tempo esta indo embora, ao invés de gritar Vá, choro e beijo cada uma, sinto um vazio e frio, sinto espaço para a vida"

Hoje o sinal volta a estar fechado, e de toda aquela esperança só restou os mortos, e busco um outro olhar, outro maldito olhar, para enfeitiçar-me e achar que essa ação de respirar e inspirar traça qualquer sentido