Réquiem 

     Ah que saudades do morro... Da manga e do jongo; do jogo e do samba! 
     Ah que saudades do morro... Da jaca e do jeca; da mulata moleca! 
     Ah que saudades do morro... Da cuíca e da matraca; do batuque de lata! 
     Ah que saudades do morro... De Sinhô e de Ciata; de Ismael e da cachaça! 
     Ah que saudades do morro... De Cartola e Clementina; do chorinho em cada esquina! 
     Ah que saudades do morro... Do repique e do tarol; do tantã, do futebol! 
     Ah que saudades do morro... Do negão e do neguinho; do branquela sem “branquinho”! 
     Tum... tum... tum... 
     Um minuto de silêncio: o morro agoniza... 
     Tum... tum... tum... 
     O surdo-de-primeira faz a marcação: 
     Tum... tum...tum... 
     O de-terceira, do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Pó Brasil, responde, atrevido, anunciando o novo enredo: “Do pó vieste, o pó te levará!”:
 
     Tá, tá, tá 
     Tá, tá, tá, 
     Tá, tá, tá, 
     Tá, tá, tá... 
     A cuíca furada, a mulata cheirada, o samba sem graça, a ginga metralhada... 
     Tá, tá, tá 
     Tá, tá, tá, 
     Tá, tá, tá, 
     Tá, tá, tá... 
     Criança é avião, estraçalhada no chão... 
     Ah que saudades do morro!