Alinhavo da paixão ao amor

Nesta vida pela qual alinhavo

cismas, tertúlias e agravos,

fico à espera com atraso,

dando-me à heróico-bravo.

Amor-apaixonado, escravidão

Apaixonado-amor, flor em botão.

Nessa ilusão, como amar então?

A mansuetude me invade

em desesperada atitude.

O sentimento me expande

ainda que mexendo não ande.

O pensamento me ilude

num gotejar melífluo e amiúde.

Na trama dessa entretela

linda imagem vem à tela.

O desespero me interpela:

sobre este amor tão grande.

Outra vez a paixão me invade.

Posso amar sem ser amado,

é o verso do verdadeiro lado.

Versejado no verso apaixonado.

Inverso ao amor atraiçoado.

Amor, sentimento intrincado.

Por ele, Ele foi crucificado,

Por ele, também fui perdoado.

Ele - Amor estão misturados.

Aqui começa o alinhavo

Pra ficar bem costurado.

Por ele nasci deste lado.

Às vezes atormentado

procuro-o no escuro,

quiçá, por ele seja achado

enferrujado atrás dum muro

escondido de algum apuro.

Ai estarei bem apurado,

pelas obras, assegurado.

Vou amando sem saber

sobre esse amor sabedoria,

sem nada dele entender.

Saber, como eu gostaria.

Como sou ignorante...

Quem pode explicar o amor?

jbcampos
Enviado por jbcampos em 17/10/2014
Reeditado em 19/04/2017
Código do texto: T5002812
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