Vidas

Aliciada em noites taciturnas

Sem efeitos de ilusão

Caída na origem do que nos resta

Entre factos de penas que nos aliciam em outras...

Lábios vermelhos

Quentes

Sedentos de liberdade...

Liberdade destruída à força das marcas cravadas no soro da alma

Liberdade recolhida

Retirada

Pelas malhas do coração

Entranhas estranhas pelos caminhos corrosivos

Longe do sonho

Da matéria

Do bem que nos enleva aos sonhos de criança...

Olhos vidrados pelo saudosismo que nos circula nas veias

Pintados de azul reflectindo um pouco de menina

Um pouco de céu...

Rasgada a pele

Cortes no vestido revelando o que outrora foi segredo

Hoje matéria prima do homem

Alma penada

Alma perdida

Coração triste que se perdeu na memória que já esqueceu.

Vaga e triste vida que se entregou perdendo o que foi seu...

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 13/09/2005
Código do texto: T50087