Um ninho entre as telhas

Um ninho entre telhas

Em busca de equilíbrio interior, encaminho-me para meu refúgio. Ali, em meio ao cheiro de tinta, cores e silêncio, reencontro a paz e desligo-me, temporariamente, dos problemas.

Há dias não chove. O sol é forte e as águas de novembro, persistente e densa, que deixam no ar um que de nostalgia, são esperadas ansiosamente.

Novembro, mês de meu aniversário: eu costumava reclamar por estar sempre chovendo. Até que alguém, muito querido, ponderou: “A chuva não deixa de ser um presente do céu” Nunca mais reclamei. Hoje aguardo o presente que o céu tarda em mandar.

Nos momentos que estou em meu refúgio, em busca de serenidade, costumo ligar o som para ouvir melodias que me tocam a alma. Mas hoje, de súbito escuto um som diferente. Paro. Presto atenção... Descubro que entre as telhas há um ninho de passarinho e que os filhotes preenchem o ar com seus piar; melodia vinda da natureza. Melhor não ligar o som e deixar que esse trinado se incumba de colorir o espaço.

Seja com sol, chuva, vento, brisa leve, canto de pássaros, latido de cães, choro de criança, cheiro de fruta madura, perfume de flores, de terra molhada ou de alguém que canta ao longe:

Tudo é vida em esplendor.

Lisyt
Enviado por Lisyt em 06/11/2014
Reeditado em 06/11/2014
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