A do cabelo de bronze

Acordou de manha como sempre havia feito. A cidade onde o peixe para, era a mesma para os jovens que a conhecia e muito diferente para quem já tinha lá seus cabelos brancos.

O café preto, ainda estava preto e aguado como de costume e o ônibus rotineiro com muitos “bom dia” acompanhados das caras feias por ai.

O trabalho havia sido maçante e terrivelmente exaustivo, a cara estava suada e as mãos estavam sujas de poeira, não se sabe onde ele exatamente havia trabalhado, mas assim como estava sendo, o almoço foi tão insignificante que nem se gastará palavras para descrevê-lo. O que importa mesmo ainda estava por entrar no ônibus lotado da tarde de segunda feira, mas ainda faltava mais meio período de trabalho para descrever.

Foi chateador, mas por fim acabou o dia útil e iniciava-se o pouco de resto de dia para ir para casa fazer exatamente o quê, também não se sabe, mas foi.

Foi para o terminal e lá voltou a encontrar aquelas mesmas caras de enojo, brigou para entrar e sentar em alguma coitada poltrona, mas não conseguiu. Ficou de pé

Cinco pontos a diante, entre tanta gente em tão pouco espaço, entrou alguém com talvez o colo mais bonito do mundo, cor de leite com um fio de café, era a imagem mais impressionante do dia e talvez até da vida.

Olhões expressivos podia fazer o que quisesse com eles, mas nada o fez senão olhar as ruas e os carros que passavam por fora da janelinha do veículo.

O rapaz se distraia, mas não em seu corpo, que aliás, poderia existir todas as curvas e montanhas do universo, ainda sim ele olhava somente seu rosto. Tentava decifra-lo.

Com ciúmes, num relance o sol o cega e sem querer revela algo ainda mais intrigante e belo na moça. Seu cabelo cor de bronze era exótico, era novo era tudo que ele queria para mundo. Para o seu mundo.

Não era de ouro, pois de ouro o mundo já estava cheio demais, nem era noite para ter os cabelos assim tão pretos, mas bronze era agora o material mais precioso do mundo. Queria ter todos os dias essa imagem em sua cabeça, queria que todas as manhas, fosse despertado pelo o sol enfurecido de ciúmes por não estar deitado junto a ela. Queria tomar aquele café preto e aguado sentado ao seu lado e por fim dar-lhe um beijo de despedida do paraíso e inicio de vida real.

Assim que ia beijá-la, despertou-se, ela havia apertado o botão para descer do ônibus e depois não se sabe de mais nada.

Lorraine D
Enviado por Lorraine D em 17/11/2014
Reeditado em 18/11/2014
Código do texto: T5039002
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