Sem sentido
Despertar com o nascer do sol
O fulgor da manha de outrora
Perdida entre montes e vales
Caída no teu universo das coisas
Tempos que acreditava eu nas palavras
na ausência da razão
Nos objectos, nos seres, no mundo dos segredos
Acreditando na mentira infinita
Aquela que está em constante mutação como a terra
Na ausência de valores
Que me arrecadavam e roubaram o coração
Nesta monotonia e melancolia a que me atiraste
Solidão da verdade
Que se distingue na disputa entre o meu e o teu poema...
Não há nada que te confesse
Que me desperte ao alvorecer da madrugada
Não há nada que acenda os candelabros antigos da rua
Que me adormeçam lentamente ao saber das marés
Não há nada que me traga de volta
Me regresse
Me encante
Me eleve
A este momento disperso e vazio que eu morro lentamente
Ao som do teu silêncio
Em que nada faz mais sentido