Sem sentido

Despertar com o nascer do sol

O fulgor da manha de outrora

Perdida entre montes e vales

Caída no teu universo das coisas

Tempos que acreditava eu nas palavras

na ausência da razão

Nos objectos, nos seres, no mundo dos segredos

Acreditando na mentira infinita

Aquela que está em constante mutação como a terra

Na ausência de valores

Que me arrecadavam e roubaram o coração

Nesta monotonia e melancolia a que me atiraste

Solidão da verdade

Que se distingue na disputa entre o meu e o teu poema...

Não há nada que te confesse

Que me desperte ao alvorecer da madrugada

Não há nada que acenda os candelabros antigos da rua

Que me adormeçam lentamente ao saber das marés

Não há nada que me traga de volta

Me regresse

Me encante

Me eleve

A este momento disperso e vazio que eu morro lentamente

Ao som do teu silêncio

Em que nada faz mais sentido

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 14/09/2005
Código do texto: T50425