A palavra certa

A palavra certa explode no cérebro desperto e ansioso do falante, como cócegas flutuantes ou bolhas de um espumante a conversar com os sentidos.

Porém, quando ela é usada como objeto, desgasta-se no percurso dos tempos, entre fios de décadas e sai confundindo gerações. É quan-

do a palavra é disfarçada, erudita, por vezes, uma palavra piada, sem

graça, fora de um contexto próprio, sem pátria ou propósito. É quando a palavra é disfarçada, erudita, complicada a alguns olhares. Quem sabe uma palavra piada sem graça, obsoleta, sem tempero. E corre o risco de ser extinta.

Também, e por vezes, perde o seu sabor quando não provoca a sen-silidade alheia e como uma mera roupa usada é deixada de lado. Sim, porque mesmo estes panos, que nos cobrem, cumprem funções e com-põem um visual Coletivo, ou Novo; capaz de surpreender e criar um belo quadro cheio de cuidados. Ou, ainda, uma sinfonia harmônica de

sentimentos reais e sinceros. Com notas que exalem a volátil transfor-mação do momento, e capturem aquele único e exato momento em que a razão consegue mover com maestria as cordas da emoção.

É assim que se faz a palavra certa, sem pensar, só obedecendo a razão. Então, ela é capaz de ser capturada entre uma multidão de dígitos loucos e aflitos. Capaz de libertar, criar e esparramar nos ares o mais belo desejo de Amar, Trasformar e Ser

de novo uma canção que dê certo.

Finalmente, falar é difícil, às vezes impossível e ficam aprisionadas letras, pensamentos, desejos e situações no limbo do silencio. Que também tem muitos significados e colorações diversos e dão outro texto, em outro momento.

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 21/11/2014
Reeditado em 21/11/2014
Código do texto: T5043701
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