Do Amor

Quanto tu amas, perdes a alma. Não é a insensibilidade que lhe alcança. É o simples e singelo amor que deixa por terra tudo o que ante era imperativo; agora o que é imperativo é amar. Amar é doar-se é entregar-se a tudo aquilo que não lhe pertence. Amar, por fim, é perder-se.

Só tens vida no ser amado. To só tens morada no ser amado. Só tens sossego nos braços de quem - também - te ama. Despido de si, só encontras o que é completo naquilo que não tens. O amor é assaltante, que lhe tira a alma e lhe dá um - e somente um - lugar no mundo onde ser.

Já não lhe alcançam as dores do mundo. Invencivel em nome do amor. O único abatimento que lhe toca, é a lágrima que não é sua. É a dor de outrem que dói em ti. É a incontida lágrima que rola no rosto daquela que é sua, sem lhe pertencer. É a impotência. É sentir toda dor, inerte.

E nesse desejo teimoso o que tens a fazer é agarrar-se ao amor e por ele dar a vida para enfim ser feliz.

Renascer da morte é a fé no sentimento que te move. Existem em ti, para ti, por ti. De ti. Renascer da noite. É a esperança de que na alvorada verei novamente o brilho de minha amada.

Banhado, então, pela lua e pelo sol. Pela graça do Espírito Criador. Renascido do amor.

Agora forte, vença o mundo porque eu te amo. Essa é a única verdade pela qual existo. Essa é a única verdade pela qual luto. Essa é a única verdade. O Amor.

Jessé Correia Júnior
Enviado por Jessé Correia Júnior em 14/09/2005
Reeditado em 29/09/2005
Código do texto: T50454