Justificando o tesão com a impotência que espreme o horizente

Caríssimos leitores, e engraçado começar um texto escrevendo assim, na verdade quando eu escrevo é mais ao caralho aos leitores que outra coisa, me sinto mal, escrevo para mim, só escrevo porque preciso vomitar, porque tem determinado caos que só escapam nessas linhas, pelo menos esse espaço do recanto é para isso, embora tenha recebido comentários geniais e que me dão vontade de continuar. Drummond ficaria puto comigo, ele falava da poesia enquanto um trabalho artesanal, penetra surdamente no reino das palavras, não faça poesia de amor ou de acontecimentos, poesia é um trabalho de lapidar palavras e basta. Isso que escrevo é uma outra coisa, não sei exatamente o que é e pouco me importa, e a vida não basta, por isso estou aqui perdendo meu tempo escrevendo dezenas e dezenas de palavras. Vim aqui para dizer algo, até pensei no tema e esbocei reticências, e como sou um bom cuzão, aquele que se abaixa diante da possibilidade do soco, antes de me dar o direito de escrever qualquer coisa tenho que escrever sobre escrever, como se já tivesse perdido a capacidade do impulso e da impotência. Sou um velho tomando viagra e justificando porque tenho tesão, sentir o pau subindo já não basta, é preciso explicar todo o funcionamento tim tim por tim tim da porra toda, a expressão que usei no começo do texto ao caralho aos leitores talvez seja muito mais a visão do impotente que gostaria que tivesse um caralho funcional, quase que uma literatura fantástica. As palavras não saem a toa pelo menos, são atos mágicos, mesmo que seja desse profundo desprezo e desespero que nutro de mim mesmo, precisando justificar cada ato e cada ação, e cada tristeza, talvez só escreva porque a vida falta, e sinto que ela urge, e sinto que ela passa e gostaria que fosse mais rápido. Coração desilusão e que se foda, queria falar de amor e perda como tantos de vocês o fazem, queria falar que a um ano começou algo mais isso não importa, e envelheci, e esse texto ficou só na justificativa de algo. A impotência espreme o horizonte.