POUCOS ENTENDERÃO O QUE EU DIGO

Descerra opérculo, ó peixe brigão

Por mais vermes que ostentes teu corpo

Não há de ser inimigo dos meus dias

Por mais valas que lhe cubra a alma

Não haverá de ser por isso.

Tecido ante o esquife, rugido bubão

Por mais réstias que exprimas

Por mais noites, as buzinas

Não há o colo de ser vilão

Ele é vil e vai atrás do teu irmão.

Espie não, velho bufão

O gelo fede à esquina vazia

Nem chacoalhe a rima inchada; ela será pouco

Desencrave o olhar do velame ocre

Por mais bolas que brilhe em teu ser.

Espirre obrigado, ó enfermo ‘não’

Há coxa na chocha que lhe cose o ventre

Garanto os quais tenho o florete

Não há de ser as sinas a fremir, que lhe minarão

Somente, então, atinarás ao que digo.

Por menos solo que lhe oculte o corpo

Por mais escolas que lhe sirva torto

Não haverá de ser por isso

Não haverá de ser.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 30/05/2007
Reeditado em 23/04/2008
Código do texto: T507603
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