POUCOS ENTENDERÃO O QUE EU DIGO
Descerra opérculo, ó peixe brigão
Por mais vermes que ostentes teu corpo
Não há de ser inimigo dos meus dias
Por mais valas que lhe cubra a alma
Não haverá de ser por isso.
Tecido ante o esquife, rugido bubão
Por mais réstias que exprimas
Por mais noites, as buzinas
Não há o colo de ser vilão
Ele é vil e vai atrás do teu irmão.
Espie não, velho bufão
O gelo fede à esquina vazia
Nem chacoalhe a rima inchada; ela será pouco
Desencrave o olhar do velame ocre
Por mais bolas que brilhe em teu ser.
Espirre obrigado, ó enfermo ‘não’
Há coxa na chocha que lhe cose o ventre
Garanto os quais tenho o florete
Não há de ser as sinas a fremir, que lhe minarão
Somente, então, atinarás ao que digo.
Por menos solo que lhe oculte o corpo
Por mais escolas que lhe sirva torto
Não haverá de ser por isso
Não haverá de ser.