JANELAS (MANIFESTO POÉTICO)

(manifesto poético)

Em meio a noite ou ao dia um ventar sibilante,uma brisa brincando com as folhas, o vagar sem destino dos vira-latas pelas ruas, olhares perdidos no horizonte, namorados olhando a Lua (será que ainda fazem isto?)...Assim, quietamente se abrem, deixando o Sol invadir as casas, alvoroçar as crianças correndo pelos corredores, tocar a face das pessoas que teimam em dormir nos sofás...Assim, silêncio na invasão do luar, que não atrapalha a novela nossa de cada dia, não interrompe o futebol nem se apodera daquelelugar gostoso na poltrona.

Uma vontade de ver através dos olhos das casas, ser um raio de Sol para brincar em meio as crianças, desenhando sombras engraçadas no chão ou simplesmente aquecer a grama molhada para depois alguém se deliciar com o cheiro da terra viçando o seu eterno germinar..

Uma gana de viver azul, chorar cinza, rir amarelas luzes na manhã ou sorrir vermelhos no ocaso... uma gana de escurecer os olhos e se deliciar nas rosas das bocas...uma gana de brilhar entre estrelas, de pirilampar entre a quietude e o despertar dos passarinhos.

Um vôo ao alto de nós mesmos, um abrir-se ao mundo deixando-o entrar pelas janelas, o calar-se entre gritos desesperançados, simplesmente sorrir e viver...

Uma vaga lembrança espreitando no breu, lâmpadas que iluminam os olhos já cansados, esta velha vontade de cantar qualquer coisa do Noel, de sambar quietamente entre versos...

Uma quieta janela se abrindo, deixando a poesia entrar como um raio de luar, como uma brisa ou até mesmo um vendaval é o que espero de todos que se atreveram a ler este manifesto.

Pois para ler e sentir, para amar sem máscaras, para chorar quietamente é preciso muito atrevimento.

DARWIN FERRARETTO
Enviado por DARWIN FERRARETTO em 16/09/2005
Reeditado em 16/09/2005
Código do texto: T50919