SONHOS AOS PEDAÇOS

Acordei com vontade de matar a sede

De lavar a alma com sal grosso

e repousar meus pés ao sol.

Acordei com uma saudade de lascar a alma

De morder a pele

e de matar o sol que se estendia em mim.

Não tenho mais tempo para 'desentir'

Não tenho mais vontade de 'desviver'

Seguro as lágrimas num dos bolsos e simplesmente vou.

Ir adiante me tira do rumo

Ficar me faz mais frágil

Levantei coberta de sal

com cheiro de mar

e acalento de sol

A voz que veio como brisa

não era a mesma de um dia qualquer

Tive a sensação do esquecimento

Desse despertencer que, por vezes, me atormenta.

Precisei buscar no âmago a chave para abrir a porta da casa

onde a minha alma, esquecida, jazia solenemente.

Amanheci em desventura

Queimada pelo fogo passado de amores transcendentais

Não tive medo, não tive nada.

Se tive, já não me cabia e catava nos ponteiros parados

uma forma, sem jeito, de arrebentar o passado em mil pedaços.

Acordei aos cacos!

Iza Calbo
Enviado por Iza Calbo em 06/01/2015
Código do texto: T5092587
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