O soldado questionador

A guerra, como toda ação beligerante, é considerada quando não existem alternativas diplomáticas e pacíficas, disse o general aos seus comandados.

– E quando a aniquilação total e irrestrita de um povo é considerada? – Perguntou Cláudio, um dos solda-dos.

– Como assim, recruta?

– Quando consideramos utilizar mísseis nucleares?

São uma opção?

– As forças armadas brasileiras não dispõem desse armamento.

– Mas qual o nosso posicionamento? Nações amigas os possuem ainda...

– Não consideramos isso, soldado. São circuns-tâncias de um conflito. Não há uma decisão padrão para esse caso.

– Então não deveria ser padrão aniquilar um indivíduo que é um representante de um povo, também.

O general não confirmou e nem discordou. O comen-tário gerou risadinhas e conversas paralelas na tropa, logo abafadas.

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O comandante resmungou e continuou as expli-cações.

A argumentação chegou ao alto comando.

Cláudio foi afastado e promovido, semanas depois, para um posto, meramente administrativo, num local distante...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 02/02/2015
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