Breve histórico das relações de trabalho (e outras)

Numa grande corporação administrativa, os funcionários comunicavam-se, quase sempre por e-mail, para poupar tempo e dinheiro. E nem se sequer se viam, muita vezes.

Max declarou-se, pela manhã, depois de muito flerte, à chefe da sua seção, por e-mail. A mensagem dizia simplesmente: “Te amo.” Ela respondera na mesma hora. No e-mail de resposta, dizia: “Não tenho certeza sobre os meus sentimentos a respeito de você, mas nos falaremos hoje... Irei terminar os formulários. Beijos.”

O dia foi passando e já era o meio expediente quando viu um e-mail na sua caixa de recados. A nota dizia: “Os formulários estão aí. Não decidi sobre nós ainda... Estou indo almoçar. Beijos. Volto já.”

Max acabou de ler a mensagem da moça, objeto da sua paixão e continuou a preencher a pilha de formulários. Mas logo teve que sair também para encontrar-se com um cliente e o resultado foi outro desencontro entre os dois.

A nova nota da senhorita dizia: “Estou em reunião. Quando acabar te chamo... Beijos. Até logo.”

Tudo era feito na firma para poupar tempo e dinheiro. E assim eram as relações dentro daquela orga-nização e tudo corria bem daquele modo.

Então Max adiantou-se à resposta da moça, para poupar tempo e dinheiro, seguiu as normas da empresa, à risca e mandou outro e-mail, no final do dia, onde dizia: “Mudei de idéia sobre nós... Os formulários estão prontos. Eu me demito; estou indo embora. Não espere por mim. Até nunca mais.”

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 02/02/2015
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