Desvaste

Desarrumei a minha cabeça de um minuto para o outro

Inventei o universo das coisas tristes para me encontrar

Virei do avesso o meu coração

As palpitações e o sangue que corre nas veias

Removi-lhe a cor...

Demoli este prédio que construí em mim

E reconstruo tijolo sobre tijolo um só andar

Longe da altitude e da magnitude das coisas...

Farta de trivialidades

Dos rios fúteis e zangados que nos desgastam

Nos destroçam num só segundo

Cansada dos outros que nos cercam

Nos consomem energias

Nos roubam um sorriso através do olhar

Olhos que nos devastam

Roubam

E deitam tudo a abaixo sem tempos

Com feridas

Com cascos de ferro entranhados na pele

Cravados neste mundo louco

Que nos enlouquece

Desvanece e esquece...

Nesta escuridão

Caminhando ao relento

Perdida e só com uma rosa na mão

Talvez esta me acompanhe e me transforme

Transforme o drama num melhor padrão...

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 17/09/2005
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