No peito...

É no meu peito que...

Existe uma terra feita de sonhos,

bem no meio de um caminho longo onde o sorriso

é a ponte unindo as palavras.

Tudo vai e tudo volta num rimar de um verso sem fim.

É com o peito cheio que a chama da vela beija o calor da paixão.

Estendo o meu corpo na areia onde sonho

e adormeço ao som do cantar das mãos que escrevem sobre as ondas,

deixando-me ficar, como título escasso deste texto.

Em segredo, deslizam palavras do olhar que caem,

soltas e desamparadas nas mãos em concha.

Nem as lágrimas as podem juntar, nem o sentimento as pode soletrar.

Invento frases nos lábios de quem sabe escrever,

reinvento poemas na boca de quem sabe cantar.

Escrevo pelos dedos daqueles que somam pensamentos meus,

encobrindo a ilusão que agora represento.

Os versos imaginados são escritos com tinta transparente

para que não se leia o amor nas letras,

para que não se sinta o bater de um coração que sonha.

O peito, esse, continua a escrever em segredo.

Mas é no peito que trago a tua dor,

porque é no peito que te guardo meu amor.