cala te.

se soubesses do que falas quando abre sua boca insana , a mesma que hora diz que amas. não , não sabes .

meus dedos tremem como minha alma, e ela chora ao lado deitada no colo do meu coração.

um coração que sangra , uma alma sem brilho de boca sem risada de cara amarrada.

um peito alagado de lágrimas quentes , no corpo uma mente já quase demente.

não sou do mundo e sim viajante, forasteira rastejante, pedinte de vida de compaixão aviltante.

ferem na como punhal sem corte, rasgando a dor nefasta que já perdura anos quebrados picotados, esperneantes.

pensamos ser donos de sós, não somos.

nem nos sonhos que sonhamos.

nem nos desejos que temos.

nem nas surpresas que queremos.

dependentes de um suspiro, de um bom dia ou de um dia mal.

magoáveis, assustados, carentes e medrosos.

escolhidos presenteados , raspa de um pote com bolor e fungos.

vida errada errante, caminhos assombrados, assombrantes, pedregulhos, piche, suor podre de um abandonado.o dedo que aponta o erro, a boca que grita a mentira.

o elogio trancafiado não ensinado.

uma dor transfigurante, mil erros escondidos na tortura da mente.

frases lindas feitas e que encantam, não colocam o arroz na mesa.

o telefone mudo, ou a mesma voz diariamente.

não ! não ligue mais.

as mesmas perguntas para as mesmas respostas, não há medida para a solidão.

sabes do analgésico para a dor da cabeça.

não venha com receitas prosaicas para a dor das entranhas.